quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Perspectivas


O natal vem se aproximando, e com isso decorações natalinas surgem pela casa. Enquanto ajudava meu pai a decorar nossa árvore me dei conta de como eu cresci. Lembro que quando criança achava aquela árvore belíssima e imensa, cujo topo conseguíamos decorar apenas com o auxílio de uma escadinha. Hoje, se estico o braço às alturas, já consigo posicionar a estrela que costuma decorar seu cume.

Quando me dei conta disto subitamente um pensamento me tomou: como minha perspectiva diante a vida havia mudado. Parece besta e trivial, mas se parar para compreender a profundidade disto, talvez possamos retirar algo de bom para o cotidiano.

Eis aqui o que me ocorreu. Lembrei que quando criança tudo parecia grandioso, eu não caminhava olhando para o chão. Apenas para o alto, pois tudo que havia no alto era mais interessante: as árvores, as nuvens, as estrelas, as coberturas dos prédios. Agora que cresci, percebi que o referencial alto sou eu (alguns podem rir disto X^D, porque eu sou realmente alto), e hoje ando olhando mais para o chão, cabisbaixo, sob essa perspectiva de mundo reduzida que é a distância entre o meu olhar e o chão.

Isto me levou à outro sentimento, que a vida antes parecia mais otimista e estimulante. Creio que em parte por esta perspectiva de maravilhamento com a nossa minúscula dimensão diante do que existe, que nos empurrava a querer conhecer, explicar e simplesmente admirar. Esta que simplesmente perdemos ao crescer. Aliás, quando foi a última vez que olhei para o céu apenas pelo prazer de observar os sutis movimentos das nuvens? A resposta é que não me lembro.

Engraçado não é? Será que isso possui alguma influência na forma em que nos sentimos em relação à vida? Acredito que sim. Boas perspectivas trazem bons sentimentos. ^^

Um comentário:

Seeker disse...

Meu caro, não importa o tamanho da montanha, as estrelas estarão sempre no alto. É difícil ser alto em um mundo medianamente baixo (a coluna que o diga), mas a mente funciona independente da estatura. Barriga pra dentro, peito pra fora, olhar para os céus.