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O natal vem se aproximando, e com isso decorações natalinas surgem pela casa. Enquanto ajudava meu pai a decorar nossa árvore me dei conta de como eu cresci. Lembro que quando criança achava aquela árvore belíssima e imensa, cujo topo conseguíamos decorar apenas com o auxílio de uma escadinha. Hoje, se estico o braço às alturas, já consigo posicionar a estrela que costuma decorar seu cume.
Quando me dei conta disto subitamente um pensamento me tomou: como minha perspectiva diante a vida havia mudado. Parece besta e trivial, mas se parar para compreender a profundidade disto, talvez possamos retirar algo de bom para o cotidiano.
Eis aqui o que me ocorreu. Lembrei que quando criança tudo parecia grandioso, eu não caminhava olhando para o chão. Apenas para o alto, pois tudo que havia no alto era mais interessante: as árvores, as nuvens, as estrelas, as coberturas dos prédios. Agora que cresci, percebi que o referencial alto sou eu (alguns podem rir disto X^D, porque eu sou realmente alto), e hoje ando olhando mais para o chão, cabisbaixo, sob essa perspectiva de mundo reduzida que é a distância entre o meu olhar e o chão.
Isto me levou à outro sentimento, que a vida antes parecia mais otimista e estimulante. Creio que em parte por esta perspectiva de maravilhamento com a nossa minúscula dimensão diante do que existe, que nos empurrava a querer conhecer, explicar e simplesmente admirar. Esta que simplesmente perdemos ao crescer. Aliás, quando foi a última vez que olhei para o céu apenas pelo prazer de observar os sutis movimentos das nuvens? A resposta é que não me lembro.
Engraçado não é? Será que isso possui alguma influência na forma em que nos sentimos em relação à vida? Acredito que sim. Boas perspectivas trazem bons sentimentos. ^^
Podes estar achando frustrante ler o que escrevo, e concordo contigo. Mas é nesse ponto em que as pessoas diferem, algumas preferem fechar os olhos e finjir que não acontece, outras aprendem a tirar proveito das lições e tornar-se mais resistente a dor. Todos um dia irão se dar conta disto e apenas aqueles realmente firmes serão capazes de compreender e aceitar o sofrimento (não digo ficar acomodado), e ainda mais, não mudar seu caráter por mais que as injustiças da vida lhe façam passar dificuldades. Essa é a grande provação das pessoas, especialmente das de fibra moral, atravessar dificuldade sem desejar repassar a injustiça que lhe causaram, sem desejar vingança. É o destino dos bons sofrer, e o sofrimento os lapida.
No fim das contas é fácil observar como o mundo não é justo, basta colocarmo-nos no lugar daqueles que sofrem com a fome, a exclusão, as guerras, etc. muitas sem nem saber o motivo. Então, por que reclamar do que nos fizeram? Não seria muito mais proveitoso levantar-se e batalhar para que a justiça seja feita do que ficar esperando que ela venha de graça divina ou ficar lamentando? Não seria melhor seguirmos em frente repassando boas ações tentando construir um futuro mais promissor? Um exemplo a ser seguido? Quem disse que os justos não podem vencer na vida?
Portanto, quando passar por dificuldades, lembre-se, há coisas melhores a se apegar do que a elas (exemplo: família, amigos verdadeiros, virtudes, trabalho) e sempre existirá alguém que viveu uma injustiça maior que a tua e sobreviveu fortemente. Nunca chegaremos perto de saber o que é uma dificuldade insuportável.
Essa postagem vai em homenagem a dona insônia... que decidiu me pegar de surpresa essa noite e simplesmente não me deixa mais aquietar... então lá vai: